Título Original: Metabolic and Endocrine Abnormalities in Patients With Nonunions
Autores: Mark R. Brinker, MD; Daniel P. O’Connor, PhD; Yomna T. Monla, MD; Thomas P. Earthman, MD.

Comentários: Dr. Caio Zamboni

Assistente do Grupo do Trauma da Santa Casa de São Paulo

Abstract:  Objectives: To determine whether patients with unexplained nonunions, patients with a history of multiple low-energy fractures with at least one progressing to a nonunion, and patients with a nonunion of a nondisplaced pubic rami or sacral ala fracture would have an underlying metabolic or endocrine abnormality that had not been previously diagnosed.

Design: Case series.

Setting: Tertiary referral center.

Patients and Intervention: From a larger series of 683 consecutive patients with nonunion seen by us between January 1998 and December 2005, 37 patients were referred to 1 of 2 clinically practicing endocrinologists to undergo an evaluation for metabolic and endocrine abnormalities. The screening criteriawere: 1) an unexplained nonunion that occurred despite adequate reduction and stabilization (and debridement in initially infected cases) without obvious technical error and without any other obvious etiology; 2) a history of multiple low-energy fractures with at least one progressing to a nonunion; or 3) a nonunion of a nondisplaced pubic rami or sacral ala fracture.

Results: In all, 31 of the 37 patients (83.8%, 95% CI: 71.3% to 93.8%) who met our screening criteria had one or more new diagnoses of metabolic or endocrine abnormalities. The most common newly diagnosed abnormality was vitamin D deficiency (25 of 37 patients; 68%). Other newly diagnosed abnormalities included calcium imbalances, central hypogonadism, thyroid disorders, and parathyroid hormone disorders. All newly diagnosed abnormalities were treated medically. Eight patients who underwent no operative intervention following the diagnosis and treatment of a new metabolic or endocrine abnormality achieved bony union in an average of 7.6 months (range, 3 to 12 months) following their first visit to the endocrinologist.

Conclusions: Although our study does not prove a causal link between metabolic and endocrine abnormalities and either the development or healing of nonunions, 84% of the patients who met our screening criteria were found to have metabolic or endocrine abnormalities, and eight of our patients achieved bony union following medical treatment alone. All patients with nonunion who meet our screening criteria should be referred to an endocrinologist for evaluation because they are likely to have undiagnosed metabolic or endocrine abnormalities that may be interfering with bone healing.

KeyWords: fractures, ununited, bone, hormone, calcium, vitamin D, hypogonadism.

Comentários:

Apesar de um artigo datado de 2007, o assunto osteoporose e alterações de vitamina D e hormonais estão ganhando importância cada vez maior entre os ortopedistas.

O conhecimento de que alterações no metabolismo do osso (e do cálcio mais especificamente) podem levar a problemas na consolidação das fraturas, nos remete a pensar se como ortopedistas generalistas ou especialistas em trauma, devemos também nos aprofundar neste assunto, afim de detectarmos precocemente essas alterações que podem levar a problemas na consolidação das fraturas.

Os autores fizeram um levantamento de mais de 600 casos de pseudoartrose e identificaram 37 pacientes cuja técnica cirúrgica foi bem aplicada ou foram submetidos ao tratamento conservador e que, usualmente deveriam ter consolidado, mas por algum motivo não ocorreu. (Fratura do ramo púbico, por exemplo).

Em 31 destes 37 pacientes foi identificada uma ou mais alterações endocrinológicas ou metabólicas, sendo as mais frequentes alterações na dosagem de Vitamina D, dosagem de cálcio, hipogonadismo e doenças da tireoide. 30 dos 31 pacientes evoluíram para a consolidação das fraturas após o tratamento destas anormalidades metabólicas, sendo que o paciente que não obteve a consolidação, na verdade, foi submetido a uma artroplastia, não sendo possível a análise. 8 pacientes que não foram submetidos a nenhuma intervenção cirúrgica, após a correção destas alterações evoluíram para a consolidação óssea. Os demais, após as correções endocrinológicas foram submetidos a um novo procedimento cirúrgico e evoluíram para a consolidação.

Como conclusão, os autores afirmam que este screening pode ser usado para identificar pacientes potencialmente em risco para pseudoartrose ou, nos casos em tratamento cuja consolidação não obedece a preceitos normalmente observados, sejam investigados para tal.