Título original: Management of Adult Diaphyseal Both-bone Forearm Fractures
Autores: Leah M. Schulte, MD, Clifton G. Meals, MD and Robert J. Neviaser, MD
Serviço: Department of Orthopaedic Surgery, George Washington University School of Medicine and Health Sciences, Washington, DC.
Revista: J Am Acad Orthop Surg, July 2014, vol. 22 no. 7 437-446
Comentários: Dr. Jean Klay Santos Machado
Coordenador do Serviço de Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia Hospital Porto Dias – UEPA;
Coordenador do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Adventista de Belém;
Membro da Comissão de Ensino e Treinamento da SBOT.
Abstract: Simultaneous diaphyseal fractures of the radius and ulna, often referred to as both-bone forearm fractures, are frequently encountered by orthopaedic surgeons. Adults with this injury are typically treated with open reduction and internal fixation because of the propensity for malunion of the radius and ulna and the resulting loss of forearm rotation. Large case series support the use of plate and screw fixation for simple fractures. More complex fractures are managed according to strain theory, with the intention of controlling rather than eliminating motion at the fracture site. This can be achieved with flexible plate and screw constructs or intramedullary nails. In general, results of surgical fixation have been good, with only modest losses of forearm strength and rotation. Notable complications include nonunion, malunion, and refracture after device removal.
Resumo: As fraturas diafisárias simultâneas do rádio e da ulna, referidas frequentemente como fraturas de ambos os ossos do antebraço são encontradas frequentemente por cirurgiões ortopédicos. Os adultos com estas lesões são tratados classicamente com a redução aberta e fixação interna por causa da propensão para consolidação viciosa do rádio e da ulna que resulta na perda da pronossupinação do antebraço. As grandes séries do caso suportam o uso da fixação da placa e do parafuso para fraturas simples. Fraturas mais complexas são tratadas de acordo com a teoria da tensão, com a intenção do controlar ao invés de eliminar os movimentos no foco de fratura. Isto pode ser alcançado com placas em ponte os hastes intramedulares. Geralmente, os resultados da fixação cirúrgica tem sido bons, com somente perdas discretas de força e de pronossupinação do antebraço. As complicações notáveis incluem pseudartrose, consolidação viciosa e refratura após a remoção do implante.
Comentários:
Trata-se de um artigo de revisão que faz um levantamento amplo da literatura sobre a conduta nas fraturas diafisárias dos ossos do antebraço em adultos. Para tal, inicialmente devemos lembrar que o antebraço forma, em conjunto com o punho e cotovelo, uma unidade morfofuncional integrada, motivo pelo qual o tratamento dessas fraturas deve seguir os mesmos princípios usados nas fraturas articulares, uma vez que reduções não anatômicas podem prejudicar a função do membro.
Devemos ter cuidado especial na avaliação das articulações radioulnar proximal e distal, à procura de incongruência assim como instabilidade. O tratamento cirúrgico leva em consideração a teoria da tensão que considera que movimentos acima de 2% no foco de fraturas tratadas com estabilidade absoluta e de 10% naquelas com estabilidade relativa, comprometem o processo de consolidação, de tal sorte que fraturas de traços mais simples devem ser tratadas com redução aberta e fixação interna, visando estabilidade absoluta. Ao passo que nas fraturas cominutivas, a síntese tem por objetivo a estabilidade relativa que, no caso específico do antebraço, pode ser feito com placa em ponte ou haste intramedular.
Perdas acima de 1/3 do diâmetro do osso necessitam de enxertia óssea. No pós-operatório a movimentação precoce deve ser estimulada para que inicie com, no máximo, 7 após. Os resultados costumam ser bastante satisfatórios, com alto índice de consolidação e boa recuperação funcional.