A automedicação é uma prática comum entre pacientes que sofrem dores após quedas, torções ou pancadas, mas pode trazer consequências graves quando se trata de lesões ortopédicas. O uso indiscriminado de anti-inflamatórios e analgésicos, sem avaliação médica, mascara sintomas importantes, atrasa o diagnóstico correto e compromete a recuperação.

Segundo a Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), a dor é um sinal clínico fundamental para identificar o tipo e a gravidade da lesão. Quando o paciente recorre a medicamentos por conta própria, muitas vezes ignora sinais de alerta como inchaço, dificuldade de movimento ou deformidade. Isso pode resultar em agravamento da lesão, necessidade de tratamentos mais complexos e até aumento do risco de sequelas.

Além disso, o uso prolongado e inadequado de anti-inflamatórios pode causar efeitos colaterais significativos, como irritações gástricas, complicações renais e problemas cardiovasculares, especialmente em idosos e pacientes com comorbidades.

A SBTO reforça que, diante de qualquer suspeita de fratura, entorse ou dor persistente, o mais seguro é buscar atendimento com um ortopedista de trauma. Somente o exame clínico associado a exames de imagem permite definir o tratamento adequado, seja ele conservador ou cirúrgico.

O alerta é claro: a automedicação pode parecer uma solução rápida, mas adiar a avaliação médica significa correr riscos desnecessários. A prevenção de complicações e a recuperação plena dependem de diagnóstico precoce e do acompanhamento especializado.