Título original: Principles of comanagement and the geriatric fracture center
Autores: Daniel Ari Mendelson e Susan M. Friedman

Comentários: Dr. Itiro Suzuki
Membro da SBTO;

Médico Supervisor e Membro do Grupo de Quadril do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP;

Co-responsável pela Equipe Multidisciplinar de Ortopedia Geriátrica;

Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Quadril.

Abstract: This article describes the principles of comanagement in an optimized geriatric fracture center. This is a collaborative model of care that uses patient-centered, protocol-driven care to standardize the care for most patient fragility fractures. This model also uses shared decision making and frequent communication to improve clinically relevant outcomes. The orthopedic and medical teams are equally responsible from admission to discharge and are responsible for daily evaluation and clinical management of the patient.

Comentários:

Este artigo, publicado em revista de Geriatria, traz à tona o conceito de Assistência Compartilhada (Comanagementna língua inglesa) no tratamento das fraturas por fragilidade nos idosos, em um centro geriátrico de fraturas (Geriatric Fracture Center / GFC), com ênfase nas fraturas do quadril.

Uma unidade voltada para o tratamento de fraturas por fragilidade nos idosos, baseia-se em 5 princípios:

  1. A maioria dos pacientes se beneficia da estabilização cirúrgica das suas fraturas.
  2. Quanto mais precoce for a realização da cirurgia, haverá menos tempo para o desenvolvimento de doenças iatrogênicas.
  3. A Assistência Compartilhada com comunicação frequente entre a equipe previne as complicações médicas e funcionais.
  4.  Protocolos padronizados diminuem a variabilidade injustificada de condutas.
  5. O planejamento da alta se inicia na admissão.

Com base em uma revisão da literatura sobre o assunto, os autores enfatizam o benefício que estes princípios acarretam e o melhor desfecho dos casos em que é adotada a  Assistência Compartilhada, onde prevalece a divisão interdisciplinar autônoma de responsabilidades no tratamento dos pacientes, diferente dos modelos habituais em que um especialista, geralmente o ortopedista, assume o comando do tratamento e convoca os demais profissionais para assistir no atendimento do paciente. O modelo proposto, adotado em um centro de referência reconhecido na atenção aos idosos de Rochester nos Estados Unidos, representa uma mudança de paradigmas tradicionais, implica em poucos custos operacionais e poderá ser adotado na maioria das instituições.